quinta-feira, 7 de maio de 2015

O CURANDEIRO

Do livro “Reconstructing Reality” (Reconstruindo a Realidade)
Por Suzanne Lie PhD



Após comungar com sua amada Natureza Venusiana, Shature estava pronta para rever a vida seguinte.
Quando ela entrou em sua sala abobadada, ela foi diretamente para a sua cadeira, mas seu Guia a deteve.

Você não precisa mais subir ao domo. Ao invés de subir, permita sua própria consciência projetar o holograma.
Lembre-se, querida, você não é limitada à sua parte que está na minha frente.
Feche seus olhos e permita a visão de Arcturo hexadimensional dar ignição à memória e à conexão à sua totalidade.

Shature fechou os olhos e lembrou-se de Lamerius, seu eu completo.
Como seres andróginos unidos, eles viajaram pelo vórtice para Arcturo.
Shature lembrou-se da luminosidade de seu corpo estelar hexadimensional e pôde sentir o vórtice no coração.
A cápsula estava ao redor deles e o amor incondicional preencheu sua consciência.
Então ela ouviu um lindo tom que foi acompanhado de um estouro de luz tão forte que penetrou em seus olhos fechados.

Ela abriu os olhos e viu na sua frente um Curandeiro Nativo Americano.
Ele permanecia silenciosamente em todo seu esplendor puro e régio.
Ele era magnífico.
Usava um lindo traje cerimonial feito de pele de búfalo e um enorme colar de garras de urso.
Seu cabelo estava penteado em tranças longas e seu rosto pintado com três faixas vermelhas em cada face e uma imagem que parecia o sol em sua testa.
Em uma mão ele segurava um chocalho e na outra um cachimbo.

Eu sou How-ta-shai. Eu retornei para a Superalma na sétima dimensão no final de minha experiência física. Em resposta ao seu chamado, eu me juntei a você através deste holograma de sua criação.

Como soube que eu estava chamando? – Shature disse perplexa.

Querida, tal como você está observando as vibrações do seu eu em uma densidade mais baixa, nós da Superalma estamos observando você.

Sim, claro. – Shature estava começando a entender.
Tanto quanto a vida que eu tenho agora está além da concepção do meu eu tridimensional, a vida da minha Superalma está além da minha concepção.
Antes de começar sua história, você poderia falar mais sobre a Superalma?

Claro, feche seus olhos novamente e ouça minhas palavras com o seu coração.
Tal como você tem brilhado uma luz em partes do seu eu, sinta a luz brilhando em você.
A Superalma é como um lago situado no pico da montanha mais alta.
Este lago está cheio de água imaculada vinda do céu.
Muitos rios fluem desse lago em todas as direções que por sua vez formam outros lagos mais afastados ainda da montanha.

Desses lagos fluem outros rios secundários que também têm lagos, e assim por diante, até que as águas da vida chegam às areias dos grandes oceanos.
Quando essas águas encontram a Mãe Oceano, elas tocam os seres que nadam nas águas da vida e os chamam para reentrar nas correntes de seu nascimento e gradualmente nadarem ascendentemente até finalmente estarem seguramente no lar, no lago imaculado original da Fonte.

Shature ouviu um tilintar de sinos e novo flash de luz a fez abrir os olhos e virar a cabeça.
Era Rahotep, ou melhor, um holograma dele.

Eu também ressoo na Superalma.
Eu retornei para assisti-la na compreensão do que How-ta-shai tem para dizer.

Ele caminhou e se juntou ao curandeiro.
Shature viu à sua frente a projeção de duas poderosas vibrações mais altas de seu ser total.
Ela olhou ao redor para encontrar seu Guia e descobriu que novamente ele tinha ido embora.

Você está indo bem, minha criança. – ela ouviu em seu interior.
Procure por orientação dentro de você agora.
Lembre-se: nós estamos juntos na Unidade.
Se você me quiser, tudo que precisa fazer é me chamar e eu responderei.

Shature quase lamentou a perda dele, mas ela não poderia manter a vibração dessa emoção em seu eu expandido.
Na verdade, ela não era mais apenas a Shature.
Ela novamente era Lamerius, porque a alta faixa vibratória da sala chamou Lamire.

Lamire, você está comigo outra vez, ela sorriu.

Eu estou sempre com você.

Rahotep e How-ta-shai sorriram e disseram: Nós todos somos projeções da mesma Superalma e somos totais na Unidade.
A nossa parte rotulada como Shature está permitindo sua consciência expandir para a concepção de mais do que uma realidade.
Você está despertando sua consciência multidimensional.

Shature começou a se sentir orgulhosa e novamente descobriu que ela não poderia ressoar a esse sentimento também.
Ela percebeu que tinha a memória de orgulho tal como ela tinha a memória de ser como Shature.
Ela entendeu o que Rahotep e o Curandeiro disseram.
Agora ela mantinha em sua consciência todas as realidades que ela tinha revisto.

Ela esteve em Atlântida, na Terra das Fadas, na Inglaterra logo após a queda de Atlântida, na Itália do Século XIII, na Polônia do Século XX, na Inglaterra e Estados Unidos do Século XIX e no Egito antigo.
Ela esteve nas praias das falésias vermelhas de Vênus e era um ser estelar em Arcturo.
No AGORA sempre presente, ela abraçou tudo que ela havia revivido.
Ela sentiu sua forma expandir até que finalmente ela estava sem forma.
Ela era uma partícula de luz no oceano infinito de resplandecência.

Lentamente ela começou a se contrair e sua resplandecência se retraiu.
Shature a pulsou novamente para fora e ela ficou mais forte e brilhante.
Ela vivenciou o fluxo e refluxo de sua emanação até que gradualmente retornou ao holograma de Shature.
Sim, ela também era um holograma.
Ela era uma projeção de forma a partir da Fonte, e não importava quantas projeções diferentes existissem, todas elas vinham da mesma Fonte.

Gradualmente sua percepção voltou à sala abobadada e How-ta-shai estava perante ela.
Rahotep deixara seu holograma de forma e retornara à Superalma, mas ela sentia a presença dele em seu interior junto com os outros.
Ela sorriu e How-ta-shai respondeu com um sorriso.
O brilho nos olhos dele mostrava a resplandecência de toda a criação.

How-ta-shai estava sentado com suas pernas cruzadas e com um gesto pediu para Shature fazer o mesmo.
Assim que ela sentou, uma pequena fogueira se manifestou entre eles e uma tenda os cercou.
Shature fixou seus olhos na fogueira e esperou por How-ta-shai começar sua história.

Vou lhe falar primeiro da morte da nossa parte que já foi conhecida como How-ta-shai, disse o Curandeiro.
Enquanto falo com você, feche os olhos e veja a história conforme eu a conto.
Ouça-me com o seu coração e escute a minha verdade.
É a tradição de nosso povo ensinar contando estórias, e eu desejo compartilhar essa tradição com você agora.

How-ta-shai começou a balançar seu chocalho e cantou baixinho enquanto a tenda se enchia de memórias.
Ele apontou para a sua direita e numa esteira grosseira estava um homem velho pálido à beira da inanição.

Era como eu parecia na minha morte.
Meu povo foi derrotado e nós fomos aprisionados dentro de um forte do homem branco.
Nós não podíamos ver nossas amadas planícies, caçar búfalo ou ter nossas tradições sagradas.
Nós éramos um povo vencido.

How-ta-shai tirou seu foco da fogueira que estava observando e olhou Shature diretamente nos olhos.

Você percebe o tema das realidades que a Superalma escolheu para você ver?

Sim, respondeu Shature.
São sociedades, ou eu, em transição e o medo que vem com a mudança.

Sim, nós da Unidade focalizamos nossa consciência em você para que você possa ser nossa representante na terceira dimensão.
A Terra em que você vai reentrar está à beira de uma grande transição que afetará esse universo multidimensional inteiro.
Nós, as muitas vidas que você viu, percebemo-nos como fracassos em uma época.

Essa lembrança ressoa em nossa consciência coletiva.
Você assistiu e curou as realidades que não atingiram o despertar espiritual.
Aqueles de nós que aprenderam a se conectar com nossos eus superiores enquanto estávamos encarnados fomos capazes de nos curarmos e retornamos para as nossas vibrações mais altas.
Agora eu lhe falo sobre minha própria frustração enquanto encarnado para que você possa ver que até o fracasso é um sucesso se pudermos nos integrar com o Espírito.

Mas, por que fui escolhida para ser a representante? – perguntou Shature.

Sua realidade de Shature em Atlântida representa a iniciação de nossa Superalma na limitação e separação da terceira dimensão.
E também foi uma vida em que você se conectou com a grade de luz que cerca o Planeta Terra.
Você será convocada para outra vez se conectar conscientemente com esta grade de energia quando você reentrar na terceira dimensão.
Mas agora me permita voltar à minha história.
Nós que fomos capazes de nos elevar acima das limitações do mundo físico desejamos instruí-la pelo compartilhamento de nossas experiências.

Como eu disse, nós éramos um povo vencido e toda a minha força espiritual e insight não puderam fazer nada para impedir nosso destino.
Havia apenas uma pequena vitória que eu tentava conseguir.
Eu queria fazer os Casacos Azuis permitirem que levantássemos nossas tendas fora do forte onde podíamos pelo menos ver as planícies e o nascer e pôr do sol.

Somente homens velhos, como eu e mulheres e crianças restaram.
Os poucos guerreiros que ainda viviam estavam feridos ou aprisionados na casa de ferro dos Casacos Azuis.
Se conseguíssemos apenas uma pequena vitória, então talvez pudéssemos manter nossos Espíritos vivos até um dia melhor.

Mas vou começar minha história em um tempo mais feliz.

How-ta-shai apontou agora para a sua esquerda e havia um menino esfregando o sono de seus olhos enquanto surge de suas peles.



(Continua)

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